Última mensagem...

E chegou ao fim mais um desafio... entre reflexões, comentários, pequenos debates, apresentações, troca de  experiências e acima de tudo muita união do grupo de trabalho! :)

Nesta UC tivemos oportunidade de colocar em prática ferramentas por nós já exploradas, aprender outras e acima de tudo aprofundar conhecimentos sobre o e-Learning e tudo que lhe está associado (práticas, vantagens, desvantagens, avaliação, etc.).

Este desafio mais uma vez me mostrou que não chega apenas querermos aprender, é necessário nos dedicarmos, abdicarmos de outras coisas (principalmente de momentos em família) e acima de tudo, termos muita força de vontade. Mais uma vez realço que é fundamental termos um bom grupo de trabalho. Deixo aqui um obrigado à Nádea, à Isabel e ao António pelo apoio e companheirismo :)


Deixo-vos com um vídeo que achei interessante...




Podem fazer-me um favor? cuidem-me dos peixinhos enquanto não estou por cá :)

Desafios referentes à implementação de práticas de E-learning

Este foi o tema que escolhemos para o trabalho de grupo.

Optamos por elaborar uma apresentação electrónica com um pequeno resumo sobre o tema e incluimos uma banda desenhada alusiva à temática.

E-learning

Ponto de vista tecnológico:
Tem como suporte a Internet e os serviços de publicação de informação e de comunicação que esta disponibiliza;
Ponto de vista pedagógico:
Implica a existência de um modelo de interacção entre professor/aluno, numa perspectiva colaborativa.

De acordo com “Elliot Masie (1999): E-learning is the use of network technology to design, deliver, select, administer, and extend LEARNING.” (Gomes,2008:235)

Contextos de E-learning

1- Apoio tutorial ao ensino presencial:
Disponibilização de materiais on-line (e-conteúdos);
Sugestão de recursos on-line;
Interacção on-line (esclarecimento de dúvidas, debates, colaboração);
2- Modelos de formação mistos (blended-learning):
Articulação entre actividades de regime presencial e actividades on-line;
3- Formação a distância:
Interacção frequente entre aluno/professor;
Adopção de estratégias de trabalho colaborativo envolvendo alunos e professores.

Desafios das práticas de E-learning

Apesar da crescente aceitação das práticas de e-learning, são várias e de diversa natureza as resistências a este novo paradigma de educação/formação.

Desafios individuais
  • Evitar a exclusão digital (problemas de literacia digital, problemas com custos de equipamentos e comunicações, carências nas infra-estruturas tecnológicas, desrespeito pelas normas de acessibilidade digital);
  • Quebrar a resistência à mudança.

Desafios institucionais
Ao nível das infra-estruturas e apoio técnico:
  •  melhorar as infra-estruturas tecnológicas e serviços técnicos de suporte;
  •  elevar o nível da qualidade (hardware e software);
  •  alargar os sistemas de rede de banda larga e wireless;
  •  administrar adequadamente uma plataforma de gestão de aprendizagem;
  •  possuir meios humanos com competências para assegurar o bom e contínuo funcionamento da instituição.

Ao nível da gestão administrativa:
  •  aceitar que os serviços são associados aos “serviços académicos”;
  •  compreender a importância para a imagem e credibilidade da instituição;
  •  optimizar das tarefas administrativas (evitar a duplicação).

Ao nível das competências e reconhecimento profissional:
  •  aumentar o número reduzido de professores disponíveis com motivação;
  •  reconhecer e apoiar institucionalmente os professores;
  •  estimular as escassas iniciativas e alargar a outros membros do corpo docente;
  •  assegurar formação adequada.

Ao nível da disponibilização de conteúdos e recursos pedagógicos:
  •  identificar as necessidades ao nível dos recursos pedagógicos;
  •  produzir recursos pedagógicos ajustados;
  •  disponibilizar e-conteúdos que facilitem a aprendizagem autónoma;
  •  gerar ambientes de aprendizagem multidimensionais;
  •  apoiar os docentes na produção dos seus materiais;
  •  criar repositórios de conteúdos digitais (Moodle);
  • assegurar o acesso on-line a todos os recursos;
  •  incentivar a utilização do e-learning aos vários agentes educativos;
  •  compatibilizar o e-learning com as práticas de ensino tradicionais.

Vantagens da aplicação do E-learning 

  • Permite grande flexibilidade em termos de gestão dos tempos e dos espaços de formação;
  • Facilita as práticas de formação ao longo da vida;
  • Evita futuras situações de exclusão social, profissional e tecnológica;
  • Formação centrada no aluno e desenvolvida numa perspectiva colaborativa;
  • Diversificação da oferta formativa;
  • Diversificação de públicos.

Prática de E-learning nas Nossas Escolas

  • As práticas de e-learning têm um carácter informal e reduzidas a um pequeno grupo de docentes;
  • Surgem num contexto de experimentalismo totalmente voluntário;
  • Tem suporte na plataforma Moodle, sendo ainda muito reduzida a questão da interactividade e do trabalho colaborativo;
  • A equipa PTE tem vindo a promover sessões para partilha de conhecimentos e divulgação de boas práticas.

 

Referências

GOMES, Maria João (2008). Reflexões sobre a adopção institucional do e-learning: novos desafios, novas oportunidades. Revista e-Curriculum, PUCSP – SP, Volume 3, número 2, Junho. Disponível em http://elearning.uminho.pt/bbcswebdav/courses/1011.MP14MP1411003779/gomesmj_08.pdf. Acedido a 28/01/2011.

GOMES, Maria João (s.d.). E-learning: reflexões em torno do conceito. Disponível em http://elearning.uminho.pt/bbcswebdav/courses/1011.MP14MP1411003779/06MariaGomes.pdf. Acedido a 28/01/2011.

Problemáticas da Avaliação Online

A avaliação na educação a distância é importante e deve considerar múltiplas dimensões, como a adequação da tecnologia de suporte ao público-alvo, as especificidades do curso, qualidade dos materiais de apoio, entre outras.

Tal como referido por COUTINHO, LISBÔA & JUNIOR (2009), como a educação online pressupõe a auto aprendizagem, dando espaço a que o aluno avalie o seu processo, seria interessante pensar-se num modelo de avaliação autónomo, recorrendo ao suporte comunicacional, por forma a que o aluno possa ter um feedback do seu desenvolvimento, reforçando assim a motivação, participação e formação. (COUTINHO, LISBÔA & JUNIOR, 2009:7)

Não é fácil a construção desse modelo de avaliação, mas será imprescindível aproveitar-se as potencialidades das interfaces, promovendo uma avaliação mediadora e libertadora, por exemplo, através do uso de um fórum, chat, correio electrónico, portefólio, entre outros.

Estas ferramentas podem ser encontradas na maioria das plataformas online de gestão da aprendizagem, nomeadamente da Moodle, da Blackboard, entre muitas outras. Porém, o grande problema destas plataformas é que, restringem o acesso aos que detêm nome de utilizador e senha. Assim, muitos dos conteúdos deixam de ser compartilhadas com outros utilizadores pela falta de acesso.

Os autores referem as potencialidades das ferramentas supra citadas no que respeita à avaliação.

O fórum (interface assíncrona) permitirá ao professor/formador analisar a qualidade das contribuições dos seus alunos/formandos bem como avaliar a autonomia, participação e colaboração, e interacção, visando à praxis pedagógica.

O Chat (interface síncrona) propicia ao professor/formador analisar a forma de expressão dos seus alunos, bem como o seu desempenho ao longo do curso.

O correio electrónico (interface assíncrona) pode ser usado para promover a reflexão do aluno sobre a sua aprendizagem (auto-regulação).

O Portfólio (interface assíncrona) que permite uma avaliação diagnóstica e contínua do processo da aprendizagem. No entanto, dependendo das estratégias avaliativas, o portfólio tanto pode ser um instrumento de construção de conhecimentos como um mero repositório de informações, sem nenhum dinamismo, inviabilizando, desta forma, uma reflexão crítica do desenvolvimento do formando.

O Wiki (interface assíncrona) que permite aos utilizadores a escrita colaborativa, possibilitando a construção de uma enciclopédia de conhecimentos sobre um determinado tema. O produto final gerado pelo Wiki reflecte uma edição colectiva de múltiplos utilizadores potencializando a inteligência colectiva.

 A estratégia a adoptar pelo professor/formador é pertinente pois será “um grande diferencial para que se estabeleça de fato uma comunicação bidirecional, pela descoberta, baseada na construção, na elaboração, na simulação, na discussão, com pressupostos numa proposta educativa sóciointeracionista onde a aprendizagem não acontece somente pelo sujeito, mas pelas constantes interacções com o meio social, principalmente através da linguagem (VYGOTSKY, 1998).” (COUTINHO, LISBÔA & JUNIOR, 2009:8)

Finalizo este texto com um vídeo, que na minha opinião foca esta problemática de uma forma mais particularizada:



Referências

COUTINHO, C., LISBÔA, E. & JUNIOR, J. (2009). Avaliação Online Através das Ferramentas da Web 2.0. Revista Científica de Educação a Distância, Vol.2, nº1, Junho, Unines: Universidade Metropolitana de Santos. Disponível em http://revistapaideia.unimesvirtual.com.br/index.php?journal=paideia&page=article&op=viewFile&path[]=79&path[]=45. Acedido a 03.02.2011

GOMES, M. (2009). Problemáticas da avaliação em Educação Online. Disponível em http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/9420/1/Challenges-09-mjgomes.pdf. Acedido a 03.02.2011


Vídeo:  http://cameraweb.ccuec.unicamp.br/video/cw3400001/

Teorias no Domínio da Educação a Distância

Da leitura da apresentação, cedida na UC, sobre as teorias no domínio da EaD, saiu este resumo:

O livro “Foundations of Distance Education” (1986), de Desmond Keegan foi uma das primeiras obras a apresentar uma sistematização do pensamento teórico no domínio da educação a distância:
  • Teoria da Industrialização;
  • Teorias da Autonomia e da Independência;
  • Teoria da Interacção e da Comunicação.

Teoria da Industrialização

Peters identifica características dos processos de produção industrial que considera estarem presentes nos sistemas de ensino a distância e que justificam a sua perspectiva de que o ensino a distância é um produto da sociedade industrializada.
O autor abordou a "divisão de tarefas", criação de “linhas de montagem”, “produção em massa”, "planeamento", “objectivação do processo produtivo”,segundo o conceito, a aplicação ao processo industrial e a aplicação a EaD.

Teorias da Autonomia e da Independência

Rudolf Manfred Delling focaliza a sua análise quase exclusivamente na autonomia e na independência do estudante, minimizando o papel das organizações educacionais e do professor e defende a expressão “estudo a distância” em detrimento de “educação a distância” ou “ensino a distância”.

Charles Wedemeyer refere que a aprendizagem é um processo natural, idiossincrático, contínuo e fundamental para a sobrevivência humana e a educação deve promover um aprendiz autónomo e independente. As instituições de ensino tradicionais tendem muitas vezes a acentuar a dependência dos alunos em relação a elas próprias e aos professores. As situações de aprendizagem não-tradicionais são normalmente mais propiciadoras de uma aprendizagem autónoma e significativa mas também algo estigmatizada. Difunde o conceito de “back door learning”. Propôs a “Teoria da distância transacional” inicialmente designada por “Teoria do estudo independente”. Incluiu uma componente de classificação dos programas de ED de acordo com duas dimensões: (i) o grau de autonomia concedido ao aprendiz e (ii) a distância transaccional entre aluno e professor. A distância transacional pode ser analisada considerando dois aspectos: (i) a extensão do diálogo entre professor e aluno e (ii) a rigidez/flexibilidade da estrutura do curso.
 O conceito de “independência” de Moore assume duas vertentes distintas: a autonomia ou auto-determinação do aprendiz e o não-constrangimento referente aos momentos e espaços de estudo.

Farhad Saba parte da teoria de Michael Moore para analisar o impacto que os sistemas integrados de telecomunicações podem ter nos níveis de “diálogo” e  de “estrutura” que condicionam a “distância transacional”. Introduz o conceito de “contiguidade virtual”. Defende o recurso aos princípios da “dinâmica de sistemas” como forma de análise e modelação de conceitos no domínio da educação a distância.

John Verduin e Thomas Clark partem da teoria da distância transacional de Michael Moore. Adoptam a expressão “distance learning” em detrimento da expressão “distance education”. Consideram três dimensões na análise e caracterização das situações e contexto de aprendizagem: (i) diálogo/suporte (ii) estrutura/competência especializada (iii) competência geral/autodeterminação.

Teoria da Interacção e da Comunicação

Borge Holmberg introduz o conceito de “guided didactic conversation”. Considera que a “guided didactic conversation” pode ser “real” (geralmente mediatizada e podendo ser síncrona ou assíncrona) ou “simulada”. Partindo do conceito de “conversação didáctica guiada”, perpsectivada como um modelo de comunicação que promove o sentimento de “pertença” e gera uma motivação acrescida, propõe uma teoria do ensino a distância que considera permitir a formulação de hipóteses e a sua testagem empírica.

David Sewart introduz o conceito de “continuity of concern”. Valoriza de forma clara a importância dos sistemas e estratégias de apoio ao estudante a distância. Realça as consequências decorrentes da ausência do “grupo turma” o qual considera representar um potencial de interacção entre estudantes referente aos conteúdos académicos e um “padrão” relativo ao qual o aluno individual pode confrontar-se.

Para John Daniel os sistemas de ED têm que incluir actividades “independentes” e actividades “interactivas” (presenciais ou não, síncronas ou assíncronas). O balanço entre as actividades “independentes” e “interactivas” tem fortes implicações na estrutura de custos da formação a distância. As actividades interactivas têm funções de socialização e de feedback, sendo esta última considerada absolutamente crucial na ED. Realça a importância do pacing (ritmo de estudo/aprendizagem pré-determinado) no qual considera que as instituições de ensino têm responsabilidades.

D.R. Garrison reforça a ideia da existência de duas perspectivas diferentes nas abordagens à educação a distância: (i) uma centrada na questão do acesso à educação e outra (ii) centrada nos aspectos qualitativos da transacção educacional. Introduz o conceito de “learner control”. Perspectiva o “learner control” mais como uma noção de “interdependência entre professor e alunos” do que uma “independência” por parte do aluno. O pensamento de Garrison, tem que ser perspectivado num cenário de desenvolvimento tecnológico que permite situações frequentes de interacção, enfatizando a importância da comunicação pessoal e em pequeno grupo.

Desmond Keegan reconhece como traço central da ED a separação entre os “actos de ensino” e os “actos de aprendizagem” separação essa que tem que ser ultrapassada recriando artificialmente a integração entre estes processos. Em termos de educação, o conceito de “intersubjectividade” é central. A reintegração dos actos de ensino implica  materiais de ensino especificamente desenhados e a existência de situações de comunicação bidirecional. Chama a atenção para a actual possibilidade de criar cenários de formação face-to-face at a distance.

Gomes, Maria João (2010). Teorias no Domínio da Educação a Distância. Disponível em http://elearning.uminho.pt/webapps/portal/frameset.jsp?.... Acedido a 03.02.2011

Frase do dia

A ninguém deve ser negada a oportunidade de aprender, por ser pobre, geograficamente isolado, socialmente marginalizado, doente, institucionalizado ou qualquer outra forma que impeça o seu acesso a uma instituição. Estes são os elementos que supõem o reconhecimento de uma liberdade para decidir se se quer ou não estudar

(Charles Wedemeyer, apud Keegan, 1986)

Modelo ACTIONS - Tony Bates

Access – how accessible is a particular technology for learners?
Cost – what is the cost structure of each technology?
Teaching functions – what are the bests teaching applications for this technology?
Interactivity and user-friendliness: how easy is it to use?
Organisational issues: what changes in organization need to be made?
Novelty: how new is the technology?
Speed: how quickly can courses be mounted with this technology?



Educação a distância: de onde se fala e para quem se fala?

"Com a integração dos multimeios ao nosso cotidiano, há que se pensar no educador do futuro e o processo de ensino-aprendizagem que não se restringirá apenas a um determinado dia, horário e local, podendo o sinal, como o próprio vídeo demonstra, ser recebido em qualquer local: na escola, em casa, na rua, em toda parte... O próprio professor local poderá tornar-se universal, como já ocorre com alguns blogueiros educacionais, que não reproduzem apenas ideias de terceiros mas produzem seus conteúdos, criativos e originais, transmitindo suas percepções a outros, que terão uma recepção diversa, em função da região onde vivem."